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Cláudio Castro ensaia embate com bolsonarismo no Rio na eleição de 2024

Aliado de Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), ensaia um embate com a família do ex-presidente em 2024. Com a meta de ampliar seus homens de confiança à frente das prefeituras de olho na disputa ao Senado em 2026, Castro se antecipou e definiu pré-candidaturas sem a bênção do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), articulador político da família. Em municípios como Nova Iguaçu, Niterói, São João de Meriti e Petrópolis, além do Rio, os dois grupos políticos deverão ter candidatos que vão se enfrentar nas urnas.

 

Somente as cinco cidades somam pelo menos 6,7 milhões de eleitores. E o número de rachas entre os dois grupos deverá aumentar. Para garantir as candidaturas em caso de recusa pelo PL — Flávio briga pela prioridade na indicação —, Castro pretende distribuir aliados pelo União Brasil, PP, PSD e PSDB. Segundo um interlocutor, apesar da disputa, o governador tem mantido uma relação “protocolar e de respeito” com a família, mas procura descolar sua imagem à de Bolsonaro.

No Rio, enquanto o PL estuda a candidatura de Flávio a prefeito como nome do voto conservador, Castro defende uma aliança com o PP e o lançamento de seu secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr., o Dr. Luizinho. Aliado fiel, ele tem forte reduto eleitoral em Nova Iguaçu, quarto maior colégio eleitoral.

O município da Baixada Fluminense também será palco de outro embate entre o governador e bolsonaristas. Castro aposta no presidente da Câmara, Dudu Reina (PDT). Já Flávio e seu pai têm como nome forte do grupo para a cidade o deputado estadual Anderson de Moraes (PL). Recentemente, Moraes postou um vídeo nas redes sociais ao lado de Bolsonaro, em que cita o projeto de ampliar o número de prefeito do PL no país.

O embate de Castro com bolsonarismo no Rio — Foto: Arte / O Globo

O embate de Castro com bolsonarismo no Rio — Foto: Arte / O Globo

Disputas internas

De acordo com o prefeito de Mesquita e um dos articuladores de Castro na região, Jorge Miranda (PL), Castro tem hoje 11, dos 13 prefeitos da Baixada, alinhados com seu governo. Disputando votos conservadores com os bolsonaristas, o governador espera fazer dez prefeitos na região.

— Vamos buscar um diálogo com os bolsonaristas. Nas cidades onde não houver acordo dentro do PL, podemos lançar nomes em outros partidos — explica Miranda, que não pode ser reeleito.

Em São João de Meriti, também na Baixada Fluminense, o governador avalia as pré-candidaturas dos deputados estaduais Valdecy da Saúde (PSC) e Léo Vieira (PL), enquanto os bolsonaristas defendem o nome de Charlles Batista. Ex-deputado estadual, Batista é policial rodoviário federal e atuou na segurança de Flávio. Já Valdecy e Vieira transitam no mesmo eleitorado e protagonizam uma disputa interna no grupo de Castro.

O mesmo acontece em Petrópolis, cidade da Região Serrana, em que Castro lançou a pré-candidatura do secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal (PSD). Também estão na disputa pela vaga o secretário estadual de Governo e ex-prefeito, Bernardo Rossi (SDD), e o ex-prefeito interino e vereador Hingo Hammes (União).

— Foi traçada uma estratégia para as cidades em que possa ocorrer algum tipo de impasse na escolha. Será avaliada a viabilidade eleitoral do candidato e a proximidade dele com o próprio governador. Cláudio não vai apoiar uma candidatura que não seja viável — diz Leal, que saiu na frente da corrida pela vaga e figura como um dos articuladores de Castro no interior.

Ainda na cidade serrana, Flávio Bolsonaro esteve recentemente com o vereador Octavio Sampaio (União). O parlamentar tem o apoio da família para assumir a pré-candidatura a prefeito.

Castro ainda planeja a pré-candidatura na vizinha Teresópolis. O presidente da Câmara Municipal, Leonardo Vasconcellos (União) é cotado. O vereador afirma que, na cidade, não deverá haver embate com os bolsonaristas:

  Bolsonaro é forte aqui, mas seu grupo na cidade, não.

Já em Niterói, os bolsonaristas apontam como pré-candidato o deputado federal Carlos Jordy (PL), que deverá protagonizar outra disputa com um nome de Castro. O governador avalia o apoio ao ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT).

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